Inacreditável (Unbelievable)
“Uma jovem é acusada de falsa denúncia de estupro. Anos depois, duas investigadoras encaram casos assustadoramente parecidos. Série inspirada em fatos reais.”
Estrelando: Toni Collette, Merritt Wever, Kaitlyn Dever
Gêneros: Séries, Séries dramáticas, Séries dramáticas sobre crimes, original Netflix.
Criação: Susannah Grant, Ayelet Waldman e Michael Chabon
Ano: 2019
A série Inacreditável (Unbelievable) original Netflix, baseada na história verídica que foi escrita em um artigo de 2015 de T Christian Miller e Ken Armstrong, se passa em dois momentos: um em 2008 e uma segunda parte em 2011.
No primeiro episódio, acompanhamos Marie Adler (Kaitlyn Dever) em 2008, uma menina que passou por vários lares adotivos e dificuldades na vida. Ela liga para 911 fazendo uma denúncia de estupro, e o que acontece em seguida é um exemplo de tudo que não deve ser feito com uma vítima nessa situação. O mais triste é pensar que várias vítimas ainda são tratadas dessa forma e que muitas, por medo, nunca chegarão a fazer a denúncia.
No decorrer do seriado veremos duas histórias que se conectam por um mesmo criminoso. De um lado um sistema totalmente falho que trata a vítima de forma hostil, e de outro um sistema que funciona e consegue dar conforto em uma situação tão delicada. E acima de tudo, conta com profissionais empenhados em realmente ajudar a vítima e a encontrar o culpado, para que casos como esse nunca mais se repitam.
Em 2011 vemos um exemplo, com detetive Karen Duvall (Merrit Wever), de como conduzir corretamente uma vítima nesse situação tão delicada, sem excessos e perguntas desnecessárias. Se preocupando a todo momento em deixar a vítima confortável e em controle da situação. Cuidado esse, que não a impede de conseguir todas as informações necessárias para encontrar o agressor. Aqui a vítima vem primeiro e existe uma grande preocupação de não a constranger ou deixá-la inconfortável depois de um trauma como esse.
Durante a sua investigação, por um acaso, Karen Duvall descobre outro crime semelhante e começa a trabalhar com a detetive Grace Rasmussen (Toni Collette). Juntas conectam os casos a um estuprador em série, que usa lacunas de comunicação da polícia para fugir da justiça e não ser pego. Esse é um grande alerta a falta de comunicação entre os departamentos que impossibilitou a conexão dos crimes e tornou ainda mais difícil a prisão do agressor.
São essas duas detetives empenhadas e suas atuações que te prenderão na série, além da empatia por Marie e a angústia pela a sua espera por justiça.
Esse é um seriado que impressiona, por ser baseado em fatos reais, pelas suas cenas impactantes, além de ser um crime que mexe com qualquer pessoa. É uma série que vale a pena e dá esperança, mostrando que é possível ser delicado em casos como esses e gerar algum conforto para as vítimas dessa situação tão difícil. Principalmente ouvindo e ficando ao lado dela, sem cobranças e sem julgamentos, entendo que cada vítima é uma e que ela deve ser respeitadas e apoiada em todas as suas decisões.